Entrevista com a Atleta Izabella Sangalli


Uma das maiores revelações das equipes de base do basquete feminino nos últimos anos, a ala Izabella Sangalli, 18 anos, têm brilhado no Campeonato  Paulista sub-19, atuando pela equipe de Americana, e é a cestinha da competição até o momento, além de fazer parte do grupo de atletas da equipe que disputará o campeonato paulista adulto, que deverá ter início no final deste mês.

Izabella começou a jogar basquete aos 10 anos, na escolinha da equipe de Americana, por onde passou por todas as equipes de base, conquistando vários títulos, além de atuar pela seleção brasileira em todas as categorias, sendo campeã sul-americana Sub-15, vice-campeã da Copa América Sub-16 e MVP da competição, 3º lugar no Sul-Americano sub-17(onde também foi MVP) e 3º lugar no Campeonato Mundial sub-19, no Chile.

Para saber um pouco mais sobre o que pensa esta brilhante atleta, o Central do Basquete Feminino conversou com Izabella nesta semana, confira a entrevista:

 Você tem sido o destaque da equipe de Americana, no Campeonato Paulista Sub-19. Como vê a campanha do time até aqui e sua participação?     

Izabella: Jogamos bem os três jogos apesar das duas derrotas, estamos trabalhando bastante para atingir a proposta tática oferecida, temos um time baixo e a grande maioria são jogadoras mais novas, porém estamos nos apegando as nossas qualidades e tenho certeza que podemos surpreender nos próximos jogos. Com certeza visamos melhorar nossa colocação para os playoffs e brigar pelo título. Quanto a mim, pretendo dar o máximo para o time, independente de ser cestinha ou não, tento passar um pouco da minha pequena experiência para as meninas, cada uma tem o seu valor e vamos nos unir em busca de um único objetivo.

Em breve teremos o início do campeonato paulista adulto. Você tem uma expectativa de ter mais tempo de quadra do que teve nas últimas competições?

Izabella: Nosso time está bem forte com excelentes profissionais, então tento aproveitar o máximo nos treinamentos absorvendo experiências de cada uma delas e do Vendramini também. Estou me dedicando e treinando bastante para quando a oportunidade surgir poder aproveitar da melhor maneira possível.

A seleção brasileira adulta vem passando por uma grande renovação. Você tem expectativa de ter oportunidade futuramente em alguma das convocações?

Izabella: Como todas as jogadoras e profissionais, eu viso chegar à seleção brasileira, independente da renovação ou não, porém, isso não depende só de mim, apesar de saber que a dedicação é um ponto muito importante para se conseguir algo. E se a oportunidade surgir quero estar preparada, por isso busco melhorar dia-a-dia.

Como atleta, qual sua expectativa para a participação da seleção adulta no próximo mundial? 

Izabella: Na minha opinião, a seleção adulta no mundial pode surpreender e com certeza fazer uma boa participação. Acho que Zanon vai saber aproveitar o melhor de cada atleta e assim elas renderão bastante. 

Acha que esse grupo pode chegar as Olimpíadas de 2016, preparado pra lutar pela medalha de ouro? 

Izabella: Vem sendo feito um trabalho com a seleção adulta para preparar atletas para 2016, ainda teremos um bom tempo para melhorar e aperfeiçoar a equipe. Sem dúvidas, com investimento e treinamento podemos lutar por uma medalha nas Olimpíadas. 

O que você diria pras meninas que tem o sonho de ser jogadoras e que estão começando a treinar em equipes de base em seu início? 

Izabella: Se o sonho realmente for ser uma jogadora de basquete, o meu conselho é se dedicar bastante, acreditar em si mesma, treinar, treinar e buscar a alegria jogando basquete. Acho muito importante estudar também. Acredito que cada pessoa colherá o que plantar, mesmo que demore, por isso é importante manter a determinação nos desafios que virão pelo caminho. 

O basquete feminino vem enfrentando dificuldades financeiras que acabam muitas vezes se refletindo nas equipes de base. Você acredita que é possível superar isso e o basquete feminino voltar a ser um esporte mais valorizado e que possa ter mais patrocínios, retomando a força que teve anos atrás, na geração de Paula, Hortência e Janeth?

Izabella: Acredito que sim. Apesar das dificuldades e da pouca visibilidade na mídia, o basquete feminino no Brasil pode voltar a crescer, através de investimentos maiores tanto nas categorias de base quanto na profissional, além de ampliar o número de cidades envolvidas no basquete. Penso que se tivermos uma boa atuação nas Olimpíadas do Rio poderemos atrair mais crianças como atletas futuras e talvez mais investidores.